Uma galeria de arte dentro de casa
Uma galeria de arte dentro de casa
A decoração em si recebeu uma repaginada, visto que quase todo o mobiliário pertencia ao acervo dos proprietários.
Quando a arquiteta Flávia Ralston foi contratada para realizar a reforma desta casa de campo, em um agradável condomínio da região norte de SP, uma das preocupações era conseguir acomodar o acervo de obras de arte da proprietária, desde pinturas a gravuras, a maioria herdada de uma antiga fazenda da família, em Petrópolis (RJ). “A sensação é que tínhamos poucas paredes para muitos quadros”, lembra a profissional, que também contou com a ajuda de um curador de exposições do Museu da Arte de São Paulo (MASP) para acomodar as peças.
A decoração em si recebeu uma repaginada, visto que quase todo o mobiliário pertencia ao acervo dos proprietários. Ainda assim, algumas peças fizeram a diferença, como a mesa de jantar inglesa do século 19, adquirida em um antiquário, assim como o suntuoso tapete persa que pertenceu ao imperador da Áustria e várias peças projetadas por Sergio Fahrer.
Por se tratar de uma casa atemporal, com revestimentos de mármores e azulejos brancos, ficou mais fácil compor a reforma, pois bem poucos tiveram de ser substituídos.
Já o sistema de iluminação passou por modernização. As lâmpadas comuns deram lugar ao LED, presente em todos os ambientes.
Mas, uma peculiaridade desta obra que, de certa maneira, também contribuiu com a reforma, foi o fato do projeto ter sido projetado pela própria arquiteta, em 1996, quando ela construía casas para revenda. Após 16 anos, no entanto, ao ser adquirida por um casal, passou por modificações até chegar à configuração atual. “Coincidentemente, intermediei a transação por meio do contato com o antigo proprietário. E acabei sendo chamada para realizar o retrofit do imóvel”, lembra.
A construção original tinha 280 m2, por onde se distribuíam living, subdividido em estar, home theater e jantar, além de quatro suítes e lavabo. Apesar dos ambientes serem amplos, o desejo, segundo Flávia, era de uma sala mais fluida. Além disso, os proprietários queriam uma piscina e um amplo jardim. “Por sorte, havia um lote vazio ao lado, então, incorporado a residência, que agora totaliza cerca de 500 m2”, explica.
Outro ponto forte destacado por ela foi modernizar a obra sem descaracterizar o conceito original, cujo partido é definido por pé-direito duplo, com tesouras de madeira aparentes.
Nas áreas onde houve ampliação, os elementos são idênticos, reproduzidos como se fossem da época. Para ampliar o living e integrá-lo com as áreas externas, alguns vãos tiveram de ser ampliados e as esquadrias de madeira substituídas por outras em PVC.
No exterior, o paisagismo zen segue o estilo dos jardins europeus, com espécies como kaizukas ornamentais, por exemplo. Algumas pedras naturais também puderam ser aproveitadas, para a criação da cascata que compõe com o espelho d’água.
Por Nadia Fischer
Fotos Divulgação
Matéria Publicada em Revista Decorar 92.
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