The Broad Museum,
em Los Angeles
Por Marcela Millan
O museu The Broad, projeto de Diller Scofidio + Renfro erguido em Los Angeles, aposta em painéis de concreto reforçado com fibra de vidro na fachada.
[caption id="attachment_6662" align="alignleft" width="800"] O novo museu tem fachada externa branca de concreto reforçado com fibra de vidro, a modo de véu. Este é formado por 2.500 painéis que protegem uma segunda camada da edificação: o chamado cofre. Uma grande claraboia lateral otimiza a entrada de luz natural.[/caption]
O véu e o cofre
Los Angeles, a Cidade dos Anjos, é a escolhida para abrigar um novo e imponente museu de arte contemporânea, o The Broad, situado em Downtown. Criado para comportar a coleção dos filantropos
Eli e Edythe Broad, ele conta com peças de artistas do peso de
Jasper Johns ,
Andy Warhol e
Roy Lichtenstein dentre suas 2 mil obras dos períodos de pós-guerra e contemporâneo, tudo do acervo pessoal dos fundadores e do The Broad Art Foundation.
Projetado por
Diller Scofidio + Renfro , o edifício tem cerca de 11 mil m², divididos entre um andar térreo de entrada e dois superiores: um com sala de conferências e escritórios, e outro com galerias para as exposições. Ele ainda inclui três subsolos, com cerca de 14.400 m², para estacionamento de 344 automóveis, e uma praça pública adjacente com 2.200 m².
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No interior, a estrutura é sinuosa, feita de concreto. A escada rolante parece adentrar em uma caverna de concreto que leva diretamente ao segundo andar, no qual as obras de arte estão expostas. A luz natural é complementada com spots, que parecem pequenas estrelas em uma imensidão cinza.[/caption]
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No nível térreo, com duas entradas, também está a loja do museu; a parte posterior abriga uma sala de exposições e um grande deposito.[/caption]
O museu é pensado em duas partes, chamadas de “véu” e “cofre” – em inglês, “the veil and the vault”. A fachada foi feita com 2.500 painéis de concreto reforçado com fibra de vidro e 650 toneladas de aço. Foram usados 380 moldes diferentes para montá-los e criar um jogo visual bastante impactante. Daí surgem as claraboias de diversos tamanhos para a captação de luz solar difusa.
Esse trabalho procura emular uma espécie de colmeia ou favo de mel – mas que também lembra um gigantesco exoesqueleto. Desigual, esse véu se ergue nos cantos para abrir caminho às entradas, e se apoia em três pontos: dois na parte posterior e um na área da calçada, que, maior do que os outros, suporta até 2.800 toneladas.
Debaixo do véu encontra-se o cofre, sendo que a estrutura é feita predominantemente em concreto; no total, foram empregadas cerca de 16 mil toneladas. Os visitantes são guiados para os pavimentos superiores por uma escadaria, escada rolante ou elevador cilíndrico. O terceiro andar, onde estão as galerias, soma uma área livre de mais de 4 mil m², sendo que cerca de 3 mil m² não têm nenhum tipo de coluna. Seu pé-direito é alto, com 7 metros, para contemplar as necessidades de exposição do acervo.
Como se não bastasse a arquitetura imponente, o edifício também é sustentável. Além de aproveitar a luz natural, o museu possui drenos no telhado, que levam a água pluvial para o jardim. Por toda a construção, os encanamentos de alta eficiência também racionalizam o gasto com água, reduzindo-o em 40%.
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Com pé-direito de 7 metros, o terceiro andar do museu é claro e bastante iluminado graças às claraboias do teto, com grade, localizada na parte interna, executada em gesso reforçado com fibra de vidro. Suas salas são amplas, para abrigar o acervo de cerca de 2 mil obras.
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Para os visitantes, oferece estações de carregamento para carros elétricos, estacionamento para bicicletas e ainda está localizado próximo ao transporte público. Com essas características, The Board é visto como um museu eco-consciente e eficiente, sendo que estas implementações lhe renderam a certificação Leadership in Energy and Environmental Design (LEED).
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Com três andares divididos em funções bem definidas, o The Broad ainda soma outros três níveis no subsolo para a garagem. No térreo, uma escada rolante leva diretamente para o último pavimento, onde estão as principais galerias.[/caption]
Imagens Iwan Baan
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