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Perfil Silvia Bitelli
Perfil Silvia Bitelli Por Marcela Millan
Força feminina
Apaixonada pela arquitetura, mas sempre de olho na decoração, Silvia Bitelli prega conforto e praticidade que conquistam clientes fiéis.
[caption id="attachment_6913" align="alignright" width="400"] Para Silvia Bitelli, o arquiteto deve entender o cliente e distribuir os ambientes de acordo com suas reais necessidades para se chegar à receita da felicidade.[/caption] Que Silvia Bitelli sempre quis ser arquiteta não é um fato questionável. Dona de um jeito didático e voz aveludada, ela conta que desde pequena brincava de casinha no bairro do Jaçanã, na zona norte de São Paulo; suas primas, deleitadas, diziam que ela tinha um cuidado especial na hora de escolher as xícaras e móveis para as brincadeiras. Foi com seu avô, porém, que ela teve o primeiro contato real com uma obra. Carpinteiro e construtor, ele trabalhou no telhado da Santa Casa de Misericórdia e sempre deixava sua neta ajudá-lo. Para ela, era fácil definir a carreira dos seus sonhos, mas foi vetada pelo pai, que acreditava que arquitetura era uma profissão deveras masculina. “Ele desejava que eu trabalhasse em um escritório, como todas as mulheres daquela época. Não era o que eu queria, e definitivamente não estava feliz”, confessa. Ainda assim, Silvia acabou por atender aquele pedido e fez secretariado executivo bilíngue. Foi só depois de casada que finalmente pôde realizar o desejo de estudar arquitetura, curso que realizou na Universidade de Guarulhos, na Grande São Paulo. “Meu marido me apoiou demais, mas não era simples conciliar a faculdade com o cuidado de minhas duas filhas, de um e cinco anos naquela época”, comenta a profissional, divertindo-se ao lembrar que ficava brava ao ver seus colegas reclamarem do pouco tempo para entregar os trabalhos acadêmicos no prazo. “Era difícil, mas também incrível, porque aquilo tudo me dava certeza de que eu não iria voltar atrás”. Suas certezas apenas se reafirmaram quando, um ano antes de se formar, Silvia ganhou o primeiro lugar de um concurso de arquitetura. Logo em seguida, seu trabalho de conclusão de curso foi avaliado com nota máxima e ficou exposto por três anos na subprefeitura local. “Era um projeto grandioso que envolvia a revitalização do bairro do Jaçanã. Era um projeto histórico, urbanístico e paisagístico”, conta, ao agregar que o estudo ainda envolvia o restabelecimento do chamado Trem das Onze, imortalizado pelo saudoso Adoniran Barbosa. [metaslider id=6917] Formada, Silvia vestiu os equipamentos de segurança e foi trabalhar nas obras. A partir dessas experiências, percebeu sua insatisfação ao ver como, muitas vezes, os projetos de interiores de seus clientes pouco tinham a ver com o que ela escolheria. “Era uma tristeza. Então percebi que eu deveria fazer o trabalho completo, ou poderia me frustrar. Foi assim que também comecei a atuar com design de interiores, e montei meu próprio escritório, em 2002”, relembra. Seu primeiro projeto de destaque foi uma residência no bairro de Palmas no Tremembé, em 2005, e desde então amealha fãs – a maioria de seus clientes aparecem por indicação e tornam-se fiéis, confiando a Silvia mais de um projeto. Eles estão espalhados por toda a capital paulista, e muitas vezes no litoral. Sobre seu estilo, Silvia é firme ao dizer que adora tudo que é clean. “Mas não adianta eu ser totalmente clean se tenho uma cliente clássica. A casa e a obra precisam ser a cara do cliente, não a minha. Então, eu acabo me adequando”, afiança. Mas, às vezes tudo se resolve com uma boa conversa. “Se você tem confiança no que diz, muitas vezes o cliente compra a sua ideia”, comenta a profissional, que acredita que um dos papéis do arquiteto é mostrar ao cliente qual a melhor forma de valorizar seu projeto. “Meu trabalho é nortear as pessoas e trazer à tona tudo aquilo que funciona. Se entendemos nossos clientes e conseguimos distribuir os ambientes de acordo com suas reais necessidades, temos a certeza da felicidade”. E é para garantir que tudo saia como o esperado que Silvia Bitelli gosta marcar presença durante as obras. “Eu amo a arquitetura completa. Quero ir ao terreno, pisar na lama da construção, e depois voltar e ver tudo pronto, inclusive com os quadros na parede. Eu gosto de acompanhar desde a criação até a finalização”, comenta esta amante da luz natural e do seu correto aproveitamento em cada ambiente. Dona de personalidade forte, pode parecer uma metáfora o fato de Silvia adorar o uso do aço em seus projetos. E o mesmo acontece com a madeira. “A mescla entre o vigor do aço com o acolhimento da madeira me encanta. Juntos, ficam perfeitos”, diz a arquiteta, que gosta de priorizar o conforto e a praticidade, muitas vezes com soluções simples, mas adequadas para cada projeto. [caption id="attachment_6920" align="aligncenter" width="1024"] Neste outro apartamento, também na Riviera, o casal com filhos adolescentes desejava soluções práticas, mas com toques charmosos. Na varanda, a parede ganha vida com o ladrilho hidráulico (Portinari). Uma persiana fina (HunterDouglas) controla a entrada de luz solar, elemento que Silvia sempre tenta aproveitar em seus projetos.[/caption] [caption id="attachment_6921" align="aligncenter" width="1024"] No banheiro, também chama a atenção o revestimento de parede que mescla vidro, pedras naturais e algumas conchas, trazendo a atmosfera costeira para dentro da casa (Glass Mosaic). Os metais e a cuba são da Deca.[/caption] [caption id="attachment_6922" align="aligncenter" width="1024"] A madeira igualmente aparece neste apartamento, inclusive na forma de cabeceira da cama do quarto de um dos jovens. Para barrar a claridade litorânea, a arquiteta optou por instalar uma blackout do piso ao teto (Hunter Douglas).[/caption] Silvia Bitelli, arquiteta silviabitelli.arq.br Imagens Celina Germer]]>
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