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Compacto, porém flexível

interiores | por Camila Gomes

PROJETO DE ROGÉRIO SHINAGAWA ADOTA CONCEITO E MOBILIÁRIO QUE AMPLIAM AS POUCAS METRAGENS DO STUDIO, SEM ABRIR MÃO DA FUNCIONALIDADE E INTEGRAÇÃO DE AMBIENTES

Foto em destaque acima: a iluminação fica por conta da luminária de piso Adobe, de Guilherme Wentz, para a
Decameron.

Um jovem médico que procurava soluções adaptadas à sua vida agitada convidou o arquiteto Rogério Shinagawa para reformar o apartamento de 42 m², onde mora sozinho. Localizado em São Paulo, o imóvel teve a estrutura integralmente modificada durante a obra realizada pela Koi Engenharia. A cozinha e o banheiro foram reposicionados, ao mesmo tempo em que os revestimentos eram trocados. “Nosso cliente desejava um espaço mais funcional, banheira, mais espaço de armazenamento e plantas para a decoração”, afirma Shinagawa.

O projeto segue o minimalismo do estilo contemporâneo – presente na singularidade dos acabamentos e na simplicidade das linhas retas exibidas em luminárias, arandelas e bancadas –, mas também busca no estilo industrial, o charme dos lofts nova-iorquinos, com a presença massiva do concreto aparente e a escolha ousada pela marcenaria ebanizada, além dos tradicionais trilhos com spots direcionáveis.

Diante de tão pouco espaço, algo cada vez mais comum no mercado imobiliário, o arquiteto tomou partido da marcenaria multifuncional, como a mesa retrátil, que ao ser recolhida libera a circulação na sala. Já o dormitório recebeu uma área de estudo, onde a porta camarão possibilita que o espaço seja integrado ou restrito à sala, conforme a necessidade. A fim de driblar a sensação de espaço reduzido, somente um vidro separa o quarto do banheiro, onde luminárias dão apoio a iluminação natural promovida por uma nova janela, aberta durante a reforma para melhorar a ventilação e iluminação natural.

De acordo com o arquiteto, desde o início o cliente mostrou interesse por cores escuras, o que o levou a especificar o acabamento em concreto aparente para piso, parede e teto. O resultado monocromático passa longe do tedioso, graças ao sutil jogo de tons e texturas entre o piso de cimento polimérico aparente em relação a marcenaria ebanizada, e da
bancada em Corian cinza que tem acabamento polido, com a rusticidade das paredes e teto em concreto rústico. O objetivo é levar o olhar a pontos estratégicos do apartamento.

A área de serviço com tanque, prateleiras e a lava e seca fica escondida pelo armário espelhado. O design da marcenaria é do próprio Rogério Shinagawa, já as louças e metais são da Deca.

Elemento típico do estilo Inc, os trilhos com spots se encarregam da iluminação geral da área social, enquanto a pontual, fica por conta de arandelas minimalistas da (marca das arandelas). As luzes embutidas na marcenaria também estão presentes, como uma forma de evitar o acúmulo de excessivos elementos no teto. “Sempre entrevistamos os clientes antes de iniciar a conceituação do projeto, e um ponto importante é a iluminação. As
pessoas têm preferências distintas em relação à luz direta ou indireta. No caso desta obra, o cliente pediu luz focada”, explica o arquiteto. A varanda conquistou o protagonismo ao receber jardins verticais em cada extremidade, conforme o jovem médico solicitou no briefing. O plus do paisagismo integrado é a privacidade em relação aos apartamentos das laterais. Desta forma, o espaço que normalmente exposto fica mais preservado.

O quarto recebe um vidro aberto para o banheiro, que pode ser isolado fechando as portas camarão. A banheira que o jovem tanto queria é da Vallve.

Projeto: Rogerio Shinagawa

A decoração minimalista da área social é composta por objetos em cerâmica da Shinagawa Cerâmica e metálicos da dpot Objetos.

A delicada, porém imponente poltrona Paulistana, assinada por Paulo Mendes se destaca em meio a brutalidade do concreto aparente.

Fotos Evelyn Muller e Alain Brugier (divulgação).

 

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