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Cicatrizes da arte

reforma | restauro | por Sergio Zobaran | @hatanakapaulo

O ARQUITETO NISSEI PAULO HATANAKA E A TÉCNICA JAPONESA KINTSUGI

Mas ele teve um motivo especial para aprender a técnica japonesa kintsugi, normalmente aplicada a cerâmicas: os objetos deixados por Toshi, muitos dos quais quebrados. Como tinha certeza de que não queria utilizar os tradicionais
grampos, passou a analisar o uso de colas específicas, sabendo que as peças nesse material se expandem e, quando coladas, não se encaixam perfeitamente.

Para o site brasileiro reliquiano.com.br, dedicado a restaurações e preservações, entre outros itens, “o kintsugi, ou kintsukuroi, é a técnica de reparo de porcelanas e cerâmicas com a utilização de laca ou cola misturadas a ouro, prata ou platina, e que possui três estilos: hibi, que consiste na utilização de resina ou cola misturada com ouro para colar as peças; kake, que consiste no preenchimento de um pedaço que está faltando com ouro ou resina misturada com ouro; e yobitsugi, que consiste na utilização de um fragmento que não corresponde à peça para completar um pedaço que está faltando”.

Dedicado, Paulo expandiu suas habilidades a partir da técnica japonesa e hoje restaura com perfeição peças também de cristal e vidro, para deleite e orgulho de nós, brasileiros. A restauração kintsugi vem acompanhada de uma filosofia muito importante e necessária para os dias de hoje, acrescentando valor às peças danificadas, pois o trabalho do restaurador e o valor do ouro e da prata somam-se ao da peça original. É a beleza do imperfeito, cicatrizes da história e da vida.

 

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