Faça-se a luz

Em um safári, no coração da selvagem Savana africana, às 4h da madrugada, sob céu nublado, a escuridão é total. Ouve-se apenas o som da própria respiração, o palpitar no peito e os movimentos da natureza selvagem. Naqueles instantes, ao deixar a barraca, qualquer ruído na vegetação pode significar um animal inofensivo ou um perigoso predador. Vivi recentemente essa experiência pessoal reveladora.

A tensão se rompeu quando um faixo de luz rasgou o breu, vindo de uma pequena lanterna trazida pelo guia local, um nativo massai. Aquela lampadinha transformou minha realidade ao mostrar um caminho no negrume.

Fiquei, então, pensando na importância da luz e nas lições do lighting design, área que temos visto crescer e ganhar cada vez maior importância desde que o IED chegou ao Brasil há 12 anos, seja em cursos de extensão, ou como disciplina na graduação, na pós em design de interiores ou no one year de retail design.

Na concepção do design de ambientes, a iluminação faz toda a diferença e pode significar a valorização de todos os aspectos trabalhados ou, se não for apropriadamente pensada e cuidada, desvalorizar objetos, mobiliário, cores e texturas, lançando sombras sobre o mais belo dos projetos.

Aprendi com nossos mestres que trabalhar a luz é um misto de técnica, tecnologia e sensibilidade. A beleza de um foco bem direcionado, o aconchego que proporciona uma iluminação indireta, as possibilidades de criar vários cenários em um mesmo espaço. Estas são apenas algumas das possibilidades que fazem uso da tonalidade, da temperatura, das diferentes tecnologias e, mais recentemente, dos projetos de automação.

Victor Megido é Diretor Geral do IED Brasil
e organizador do livro “A Revolução do Design –
conexões para o século XXI” (Editora Gente).

Por Decorar
Imagens Divulgação
Matéria Publicada em Revista Decorar 127.

Faça o download do app Decorar e tenha acesso à todas as edições!