Música, viagens e misticismo marcam o décor de apartamento
Quando um arquiteto ou designer de interiores diz que não tem um estilo marcante pois a prioridade é atender aos desejos e necessidades dos clientes, muitos que nunca contrataram um profissional da área podem desconfiar disso, acreditando que sua casa ficará com a cara de outra pessoa, sem a própria personalidade impressa ali. Mas, neste projeto de um apartamento de 95 m², Eliana de Sousa prova que é possível, sim, a moradia seguir exatamente o perfil do dono. O proprietário, um jovem solteiro, chegou a ela enquanto visitava uma mostra de arquitetura junto com sua família. “Fizemos primeiro a casa dos pais e, em seguida, o dele”, conta.
As solicitações principais do rapaz foram que os ambientes ficassem amplos dentro do possível, que ele pudesse receber vários convidados e que contasse sua história. “Ele ia morar sozinho, é muito viajado, já morou na Austrália e na Indonésia, e é apaixonado por música. Gosta muito também de elementos místicos e é budista”, relata Eliana. Em vez das preferências particulares ficarem restritas ao dormitório ou a um espaço íntimo, como costuma ser quando se vive com mais pessoas, a arquiteta conseguiu representar o perfil do morador introduzindo cada um desses detalhes em todos os cômodos. Na sala de estar, o tapete tem a bandeira da Grã-Bretanha. Na varanda, há uma guitarra. Imagens de Buda aparecem mais de uma vez. Cada canto mostra suas paixões.
O imóvel novo e exigiu a remoção de alvenarias para se adequar às necessidades do jovem. O living foi ampliado com a demolição de um quarto que não seria usado, dando lugar para a parte preferida da arquiteta neste projeto. “A integração do estar/home theater com a sala de jantar/bar resultou em um espaço aconchegante, bonito e com um tamanho bom para receber os amigos”, explica. A cozinha também ganhou alguns metros quadrados extras com a derrubada de paredes da antiga dispensa e a redução da área de serviço. A última alteração estrutural foi na porta do quarto da suíte máster, que precisou ser realocada.
Para a iluminação, era importante para o cliente que fosse o mais econômica possível, mas sem abrir mão da beleza e do conforto. Por isso, o projeto adotou lâmpadas de LED, distribuídas em spots, pendentes e luminárias de mesa que, juntos, revelam um projeto luminotécnico descontraído, moderno e funcional de acordo com a necessidade. O destaque maior é o painel iluminado embutido na marcenaria do bar, que imita uma peça decorativa encontrada normalmente em pubs e casas noturnas.