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O adeus do último gigante da arquitetura brasileira

artista | Paulo Mendes da Rocha | por Attos Henrique

 

Paulo Mendes da Rocha, um dos mais importantes e admirados arquitetos do país, morre aos 92 anos.

 

Arquiteto, urbanista e professor, Mendes da Rocha deixa um legado através de sua carreira inspiradora e por sua obra construída, extremamente importante para a arquitetura brasileira. 

 

Nascido na capital do Espírito Santo, o capixaba se formou pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em 1954 e, em seguida, obteve êxito ao participar do concurso para o Ginásio do Clube Atlético Paulistano, o que lhe rendeu seu primeiro prêmio, na 6ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1961. No fim da década de 60, cassado pelo governo militar, Paulo, que lecionava na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, foi afastado do cargo e impedido de atuar em órgãos públicos. Neste período, o arquiteto venceu o concurso da Exposição Internacional do Japão, com seu projeto para o Pavilhão de Osaka, criado para ser a sede representativa do Brasil. Já na década de 1970, o Brutalismo Paulista se disseminou pelo Estado, sendo o arquiteto um dos maiores nomes deste período. A exposição dos materiais em seu estado bruto, como mais marcante a do concreto armado, sempre foi uma das características notórias em seus projetos. 

 

Mendes da Rocha realizou importantes construções na cidade de São Paulo, como o restauro da Pinacoteca do Estado, o Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia, o edifício da FIESP, além de projetos feitos no Brasil e no mundo, todos demonstrando a capacidade do arquiteto de produzir obras atemporais. 

 

Como reconhecimento de seu trabalho, recebeu o Prêmio Pritzker em 2006, considerado o Nobel da arquitetura, que destacou a importância do arquiteto não apenas para o nosso país, mas para todo o cenário da arquitetura mundial. Uma das últimas grandes obras de Paulo, o SESC 24 de Maio, é o perfeito exemplo da capacidade de projetar do arquiteto, além de revitalizar dois edifícios para atender o programa de necessidades da unidade, desenvolveu também todos os mobiliários para compor as áreas sociais, criando desta forma, um dos edifícios mais emblemáticos no Centro de São Paulo, para promover integração, educação e atividades culturais para os paulistanos.

 

É de se admirar a trajetória de Paulo Mendes da Rocha na arquitetura, através dela vemos a importância da influência de seu trabalho nas produções contemporâneas. Agora, não mais entre nós, o arquiteto sempre será lembrado, imortalizado em suas construções e na história da arquitetura brasileira.

 

O SESC 24 de Maio é um dos últimos projetos construídos por Paulo Mendes da Rocha. O projeto foi criado em parceria com o escritório MMBB Arquitetos e inaugurado em 2017.

 

A Pinacoteca do Estado é uma referência em projetos de restauração e um dos mais importantes museus da capital paulista.

 

A Casa no Butantã, construída em 1964, foi residência do arquiteto e é um dos exemplares do brutalismo paulista. 

 

foto de capa | André Scarpa

fotos | Nelson Kon

 

 

 

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